Revista UFO - Eles deram início à operação antes e tinham visto mais coisas? Mas e aí o que aconteceu?

Hollanda - Eles avistaram mais coisas e acreditavam mais do que eu. E me pressionavam : "Como pode você
não acreditar.' " Um desses agentes era o suboficial Flávio (João Flávio de Freitas Costa, já falecido), que até brincava comigo dizendo que eu era cético enquanto uma dessas coisas não viesse parar em cima de minha cabeça. "Quando isso acontecer e uma nave acender sua luz sobre o senhor, aí eu quero ver ", dizia ele, sempre gozando de meu descrédito. E eu retrucava que era isso mesmo: tinha que ser uma nave grande, bem visível, se não, não levaria em conta. E para que fui dizer isso naquela noite? Acabávamos de fazer essas brincadeiras quando, de repente, algo inesperado aconteceu. Apareceu uma luz, vinda do norte, em nossa direção, e se aproximou. Aí ela se deteve por uns instantes, fez um círculo em torno de onde estávamos e depois foi embora. Era impressionante: a prova cabal que eu não podia mais contestar. Eu pedi e ali estava ela! Foi então que levei uma gozada da turma. "E agora? ", os soldados me diziam...

Revista UFO - Quando foi isso?

Hollanda - Em novembro de 1977, logo no início da operação. O objeto tinha uma luz que se parecia com solda de metal, como solda elétrica. Foi curioso, pois quando era menino ouvia muitas histórias de coisas que a gente não conseguia enxergar por possuírem 1uminosidade muito forte. E foi o que eu vi, junto à minha equipe: uma luz azul, forte, de brilho intenso. Mas não vi a forma do UFO, só a luz que emanava.

Revista UFO - vocês fotografaram esse objeto brilhante?

Hollanda - Fotografávamos tudo o que aparecia, mas levamos um "baile" durante uns dois meses com as fotos, pois nelas não saía nada. Sempre tínhamos os objetos bem focalizados, preenchendo todo o quadro da máquina, mas quando revelávamos os negativos, nada aparecia. Pensávamos, às vezes: "Ah, agora vai sair ", mas nada... Isso acontecia com freqüência, até que ocorreu um fato inusitado. Eu estava analisando os positivos, muito chateado por não conseguir imprimir as imagens que víamos em nossas missões, quando peguei uma lanterna que usava em operações de selva, e fiz uma experiência. Foi a sorte...

Revista UFO - E o que aconteceu?

Hollanda - A lanterna tinha uma luz normal e forte numa extremidade e uma capa vermelha na outra, que servia para sinalização de selva. Era de um material semi transparente de plástico, tipo luz traseira de carro. Tirando-se a tal capa vermelha havia um vidro fosco. Eu olhei para aquilo e me lembrei que os médicos examinam as radiografias num aparelho que tem um quadro opaco com luz por trás (Editor: radioscópio). Este equipamento ajuda a fazer contraste de luz e sombra numa chapa de raio X. Assim, tive a idéia de pegar um filme já revelado e contrapô-lo ao vidro fosco da minha lanterna de selva. Foi então que pude ver um ponto que não conseguia enxergar antes! Eu não estava procurando marca ou objeto algum. Procurava uma luz, pois foi isso o que vimos na selva ao batermos as fotos. Só que a tal luz não aparecia, e sim o objeto por trás dela. No caso do rolo que estava analisando, vi um cilindro, que aparecia em todos os demais fotogramas.
Ficou claro, então, que não conseguia imprimir a luz do objeto na foto, mas sim a parte sólida dele, talvez por uma questão de comprimento de onda, não sei. Não entendi porque a luz do UFO não impressionava aquele filme, somente a parte sólida. Depois, concluímos que aquele objeto seria uma sonda em forma de cilindro.

Revista UFO - Vocês fizeram muitas fotografias de UFOS como essas?

Hollanda - E como! Fizemos mais de 500. Eram dezenas de rolos de filmes, uma caixa de papelão cheia deles. Em quase todos os fotogramas havia UFOS ou sondas. E veja você: todos aqueles negativos ficaram na minha frente, por quase dois meses de trabalho, e não conseguíamos nada. Não saía luz alguma nas fotos... Aí,
depois do que descobri, fomos olhá-los novamente, e havia imagens fantásticas. Depois foi só mandar ao laboratório do Comar para ampliar e ver lindas sondas e UFOS nas fotografias.
Dezenas deles!

Revista UFO - Depois de sua descoberta vocês fizeram novas fotos ?

Hollanda - Sim, com a ajuda de um amigo chamado Mi lton Mendonça, que já faleceu. Ele era cinegrafista da TV Liberal, de Belém, e conhecia muito sobre fotografia. Pedi sua ajuda porque confiava bastante nele e sabia que, participando da operação conosco, não ia comentar nada com ninguém. Assim, informei o fato ao meu comandante, dizendo-lhe que estava com dificuldades no processo técnico fotográfico, e ele autorizou Milton a entrar no esquema. Ele foi conosco em algumas vigílias e sempre nos auxiliava. Até instruiu-nos a usar filmes especiais, com recursos de infravermelho, ultravioleta, etc. Pedimos, pois, o material para nossos superiores, em Brasília, e eles mandavam filmes ótimos. Com isso, passamos a ter melhores resultados. Conseguimos fotografar, então, objetos grandes e formatos que a gente nem imaginava.

Revista UFO - Quanto à forma, qual era o padrão mais comum que esses objetos apresentavam?

Hollanda - No início da Operação Prato vimos o que todo mundo falava:
sondas e luzes piscando. Inclusive, tinha um padre americano, chamado Alfredo de La Ó, falecido, que nos dava descrições de sondas e objetos nesse formato. Ele era pároco em Colares e falava de uma sonda que tinha visto várias vezes. Segundo Alfredo, ela era mais ou menos do tamanho de um tambor de óleo de 200 litros. Essa sonda apresentava um vôo irregular, não era uma trajetória segura. Voava como se tivesse balançando, e emitia uma luz. Às vezes andava junto a outras, que vinham e iam de um ponto a outro. Um dia, ela, aproximou por cima de nós.

Revista UFO - Vocês chegaram a perceber algum tipo de interação entre o que faziam e o comportamento
do fenômeno?

Hollanda - Essa pergunta é bastante interessante, pois aquilo era uma coisa muito estranha. Eles, seja lá quem
fossem, mostravam ter absoluta certeza de onde nós estávamos e o que fazíamos. Parecia que nos procuravam, pois, quando menos esperávamos, lá estavam, bem em cima da gente. Não mais do que um mês depois de passarmos a conviver nos locais de aparições, essas sondas começaram a vir sempre até nós. Às vezes, a gente se deslocava de um lugar para outro e lá iarn elas, acompanhado-nos quase o tempo inteiro, como se tivessem conhecimento da nossa movimentação.

Revista UFO - Quer dizer então que os UFOS de alguma forma pareciam se "interessar" pelas atividades da
Operação Prato?

Hollanda - Sabiarn o que estávamos fazendo. Por exemplo, no caso da Baía do Sol, aconteceu algo peculiar. Naquela época já estava terminando o ano letivo e muita gente ficava na praia à noite. Tinha pelo menos umas 100 mil pessoas na orla, naquele fim de semana. No entanto, uma sonda veio para cima de nós, num lugar todo escuro onde não havia mais ninguém. Oras, por que veio ao nosso encontro, na escuridão, se tanta gente estava ali perto, na praia?

Revista UFO - Esse foi o primeiro grande acontecimento ufológico envolvendo o senhor?

Hollanda - Não digo que tenha sido grande, mas foi bastante significativo. Naquela ocasião voltamos para a base do Comar pela manhã. Foi quando conversei com meu comandante e disse que, pela primeira vez, algo estranho tinha acontecido.

Revista UFO - O senhor teve alguma reação física deste acontecimento em seu organismo, algum problema resultante dessa observação?

Hollanda - Naquele exato momento não, mas depois notei que todos perdemos um pouco da acuidade visual.
Com o tempo, a visão enfraqueceu ainda mais, tanto que passamos a usar óculos. Mas isso ocorreu em razão de outras exposições que também tivemos mais para frente, noutros inúmeros contatos.

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