Revista UFO - Vocês portavam
armas nas missões?
Hollanda - Não, em nenhum momento.
Nunca pensei em levar arma, e nem mesmo por via das dúvidas.
Não esperávamos que houvesse necessidade. e por isso, nem
pensamos nessa hipótese, mesmo quando estruturávamos a montagem
da operação, sua parte logística, de alimentação,
transporte, comunicação etc.
Revista UFO - Mas houve algum
momento dentro da operação em que o senhor teria percebido que
esse fenômeno pudesse ser perigoso?
Hollanda - Uma vez sim. Foi o
aparecimento de algo muito forte, tanto que quando essa coisa
aconteceu eu tive medo de que pudesse se dar uma abdução. Só
comentei com algumas pessoas, e uma delas, meu amigo Rafael
Sempere Durá [novo consultor de UFOJ, chegou a me repreender
gravemente por ter me exposto a algo perigoso. "Seu maluco
irresponsável. Você tem comandante. Mas sou seu amigo e estou
te proibindo de fazer uma coisa dessas ", disse,
zangadíssimo, quando soube o que aconteceu. O fato foi realmente
grave. Durante a Operação Prato, estávamos numa embarcação
ancorada à margem do Rio Jari quando uma coisa enorme parou a
não mais que 70 metros do barco.
Revista UFO - Quais as
características dessa ''coisa " ?
Hollanda - Para responder, tenho que
dizer por que nós estávamos lá. Bem, fomos ao local porque
tenho um amigo, oficial da FAB na época, o capitão Victor
Polonês [Editor: Victor Jamianiaski, descendente de poloneses
radicado em Belém], que gostava muito de pescar e freqüentava o
local.
Um dia, sabendo que a gente estava nessa investigação,
contou-me o caso de um rapaz que trabalhava apanhando barro para
uma olaria próxima dali.
Essa olaria era de Paulo Keuffer, de Belém. O rapaz se chamava
Luís e me contou um fato incrível. Disse que certo dia,
enquanto colhia barro, viu vestígios de uma paca comendo restos
de flores de uma árvore à beira do rio e a acompanhou para
caçá-la. Ele voltou à olaria, esvaziou o batelão [Editor-.
embarcação de 7 a 9 m com motor de centro], aprontou uma
espingarda, voltou ao local, onde armou um acampamento em cima de
uma árvore. Pendurou sua rede e ficou com lanterna e espingarda
preparadas para a chegada do animal.
Revista UFO - E aí, o que aconteceu
depois disso?
Hollanda - Bom, quando ouviu um
barulho, e pensou que era a dita cuja, passou por ele uma luz
muito forte que logo depois voltou e parou sobre onde estava. Do
centro dessa nave, descrita como sendo similar à cabine de um
Boeing 737, abriu-se uma porta ou algo assim e desceu um ser com
forma humana. Luís disse-me que não teria visto escada de
corda, nem de metal, mas que a entidade tinha descido através de
um foco de luz, com os braços abertos. Quando ele se aproximou,
e Luís viu que estava correndo perigo, pulou fora e se escondeu
numa árvore próxima, mas ficou observando o que se passava.
Então o ser chegou com uma luz vermelha na mão - que não era
lanterna, mas estava na palma de sua mão -, e examinou a rede
deixada na árvore.
Como também o lugar onde estava e tudo o mais, mas não procurou
Luís nem ficou vasculhando o local. O ser foi direto ao local
onde o rapaz tinha se escondido, morrendo de medo. Rapidamente,
focou um raio de luz vermelha em sua direção, fazendo-o correr
para dentro da vegetação.
Revista UFO - O estranho ser
percebeu de alguma forma automática onde estava Luís e foi em
sua direção.
Não parece boa coisa.
Hollanda - Pois é. Mas Luís saiu
por uma margem do rio, tropeçando em troncos e raízes, com
dificuldade de caminhar e tudn mais. Aí o ser voltou para nave e
a mesma passou a segui-lo dentro do curso do rio, à baixa
velocidade e pouca altitude, talvez à altura da copa das
árvores. Luís ia devagar e nem conseguiu pegar o barco que
estava mais à frente, como pretendia. Não teve jeito: gritou e
atraiu a atenção de algumas pessoas, que vieram a seu encontro.
Ao verem aquilo, pularam dentro d'água e ficaram observando à
distância, só com os olhos de fora. O que viram foi incrível:
a nave parou em cima do batelão, o mesmo ser desceu e examinou
todo o barco, exatamente como fez com a rede. Aí ele foi até a
nave, a porta se fechou e o UFO disparou para longe. Conversei
com Luís no Comar e decidi ir ao local ver a situação. Ao
chegarmos lá, eram mais ou menos 19:00 h e estava chovendo
razoavelmente. Os agentes foram para dentro da casa do zelador da
olaria. Como chefe da equipe, não entrei: permaneci alerta,
esperando para ver se alguma coisa acontecia.
Revista UFO - E aí, o que aconteceu
do lado de fora da olaria, coronel?
Hollanda - Olha, veio uma coisa
escura, da qual não pude ver a forma. Não sei se era discóide.
Sei lá, só se via as luzes daquilo, uma verde intensa e outra
vermelha. Estranho era o barulho que esse troço fazia, como ar
condicionado, porém bem mais forte.
Parecia barulho de turbina, como se houvesse uma coisa girando.
Dá pra entender? Isso passou em cima de onde estávamos, mas em
tão baixa altitude que não poderia ser um avião. Nenhum piloto
faria aquilo, pois estaria morto.
Um vôo rasante daqueles já é perigoso demais num dia claro,
agora, imagine com chuva e de noite. Aí eu gritei para minha
equipe: "Acabei de ver um treco muito estranho aqui ".
Então entramos no barco e fomos para o tal lugar onde Luís
tinha tido o contato. Chegando lá, fomos até a árvore onde ele
havia caçado a tal paca. Ficamos todos ali embaixo. Mas com a
maré enchendo, a gente estava com a água cada vez mais alta.
Revista UFO - O jeito era subir numa
árvore, então, e aguardar os acontecimentos.
Hollanda - Era, pois a maré foi
subindo cada vez mais. Ficamos lá, em cima da árvore,
aproximadamente umas dez horas. Quando decidimos ir embora, fomos
em direção ao barco, que estava parado na outra margem, e
guardamos o equipamento. Quando então que, a mais ou menos uns
2.000 metros, veio cruzando o rio, de norte para o sul, uma luz
muito forte, de cor amarela, âmbar como o Sol, porém em baixa
altitude. Aquilo estava em cima das árvores e cruzou o rio na
mesma posição que a anterior, praticamente onde fica a
residência do vigia ou seja, no local onde eu a tinha
visto pela primeira vez.
Revista UFO - Emitia o mesmo som de
ar condicionado ou era alguma vibração mais intensa?
Hollanda - Tinha som, sim. Mas nos
concentramos em filmar aquilo. Você pode ver no filme [Editor:
que, no entanto, não foi nos mostrado porque o coronel não o
possui mais] uma tremedeira ou coisa assim, e uma luz como se
fosse de chama. Aparece também o rastro dela refletida no rio.
Isso tudo foi bem filmado.
Revista UFO - Quando vocês tinham
algum documento desse gênero, uma filmagem espetacular como
essa, esse material não ia para Brasília?
Hollanda - Ainda não. O filme
ficava retido lá no Comando Aéreo. Depois é que Brasília
solicitava o material. Eu não acho que eles acreditavam muito
nessa história, mas alguém lá queria vê-lo.
Revista UFO Brasília achava
que era o quê? Meia dúzia de birutas no meio do mato
pesquisando?
Hollanda - Não sei. Falava-se tanta
coisa sobre isso, mas ninguém queria se expor. Talvez alguém
pudesse dar crédito para uma coisa dessas, matinha colegas lá
que eram céticos. Outros ficaram sabendo que os UFOS
eram verdadeiros.
Revista UFO - Voltando ao UFO que
vocês estavam observando lá, às margens daquele rio, tal
experiência deve ter sido extraordinária.
Hollanda - Bom, foi mesmo. E nós
registramos hora, altura, direção, essas coisas todas que
tinham que constar no relatório. Enquanto aquilo estava lá, à
nossa frente, eu pensava: "Agora mesmo é que não saio
daqui. Agora vamos ter que ficar". Mas não tínhamos levado
comida, café, água, nada. Não tínhamos levado nada. O que
veio a seguir é impressionante.